O termo Calibre na relojoaria refere-se ao mecanismo interno que faz um relógio funcionar. Ele abrange todos os componentes mecânicos ou eletrônicos, incluindo as engrenagens, a mola principal, o escapamento, o balanço e outras partes responsáveis pela cronometragem e pelo funcionamento das complicações adicionais do relógio. Cada calibre é único, e os relojoeiros renomados costumam desenvolver calibres personalizados que definem a precisão e a durabilidade de seus relógios.
A palavra “calibre” também pode ser usada para descrever as dimensões ou a configuração do movimento. Alguns calibres são projetados para serem mais finos, enquanto outros são mais robustos e complexos, incorporando várias complicações, como cronógrafos, calendários perpétuos ou fases da lua. A identificação de um calibre é feita com um número ou código específico, que serve para distinguir os diferentes movimentos criados por uma marca ou fabricante.
O Que é o Calibre em um Relógio?
O Calibre é o coração do relógio, o mecanismo que alimenta o movimento das suas partes internas e mantém o tempo. É como o “motor” de um relógio, fornecendo a energia necessária para mover os ponteiros, além de regular o tempo com precisão e ativar outras funções, como data, cronômetro e fusos horários adicionais.
Os calibres podem ser movidos de três maneiras principais:
- Mecânico Manual: Movimentos que exigem corda manual pelo usuário, com energia acumulada em uma mola principal que se desenrola lentamente para alimentar o relógio.
- Mecânico Automático: Movimentos mecânicos que se autoalimentam através do movimento do pulso do usuário, usando um rotor para manter a corda da mola principal.
- Quartzo: Movimentos que utilizam um cristal de quartzo e uma bateria para alimentar o relógio, sendo altamente precisos e necessitando de pouca manutenção.
Cada tipo de calibre oferece características diferentes, mas a essência de todos é garantir o bom funcionamento do relógio e a precisão na medição do tempo.
Evolução dos Calibres
A história dos Calibres remonta ao século XVI, quando os primeiros relógios mecânicos começaram a ser produzidos. Ao longo dos séculos, esses mecanismos foram evoluindo de simples contadores de tempo para movimentos mais complexos e refinados, com a introdução de complicações como fases da lua, cronógrafos e repetidores de minutos. A evolução do calibre reflete o avanço da engenharia e da tecnologia na relojoaria, além da busca contínua por maior precisão e funcionalidade.
1. Calibres Mecânicos Manuais
Os primeiros calibres eram mecânicos manuais e exigiam que o usuário desse corda regularmente para manter o relógio funcionando. Esses calibres são formados por uma série de engrenagens e molas que trabalham em harmonia para controlar a liberação de energia e manter o movimento regular dos ponteiros.
2. Calibres Automáticos
No século XX, os calibres automáticos foram desenvolvidos para reduzir a necessidade de dar corda manualmente no relógio. O rotor foi introduzido, permitindo que o movimento do pulso do usuário enrolasse a mola principal, fornecendo energia constante ao relógio.
3. Calibres de Quartzo
Nos anos 1960, a introdução do quartzo revolucionou a indústria relojoeira. Movimentos de quartzo utilizam um cristal que vibra em uma frequência muito precisa quando energizado por uma bateria, resultando em uma cronometragem altamente precisa com pouca necessidade de manutenção.
4. Calibres Híbridos
Recentemente, os calibres híbridos combinam a tecnologia de quartzo com elementos mecânicos, como no caso dos movimentos cinéticos, que utilizam um rotor para converter o movimento em energia elétrica para alimentar um movimento de quartzo.
Tipos de Calibres
Existem diferentes tipos de Calibres usados na relojoaria, cada um com características específicas, dependendo do design, funcionalidade e tecnologia. Aqui estão os tipos mais comuns:
1. Calibre Mecânico Manual
Este tipo de calibre é o mais tradicional e remonta aos primeiros relógios de bolso e de pulso. Para manter o relógio funcionando, o usuário precisa girar a coroa e dar corda à mola principal. A energia armazenada é gradualmente liberada para mover as engrenagens e manter o tempo. O calibre mecânico manual é amplamente valorizado por colecionadores que apreciam o artesanato e a herança histórica da relojoaria.
2. Calibre Mecânico Automático
O calibre automático utiliza um rotor que se move com o movimento do pulso do usuário, enrolando a mola principal e mantendo o relógio funcionando. Isso elimina a necessidade de dar corda manualmente todos os dias. Esse tipo de calibre é altamente apreciado por aqueles que desejam a tradição dos movimentos mecânicos, mas com maior praticidade. Muitos relógios de alta gama, como os da Rolex e Omega, usam calibres automáticos.
3. Calibre de Quartzo
Os calibres de quartzo são movidos por baterias e utilizam um cristal de quartzo que vibra em uma frequência precisa (geralmente 32.768 vezes por segundo) para regular o movimento do relógio. Esses calibres são altamente precisos, geralmente variando apenas alguns segundos por mês. Eles são menos valorizados por colecionadores tradicionais, mas são populares devido à sua acessibilidade, precisão e baixa manutenção.
4. Calibres Híbridos
Calibres híbridos combinam as características de calibres mecânicos e de quartzo. Um exemplo notável é o Seiko Kinetic, que usa um rotor como um relógio automático para gerar energia que é armazenada em uma bateria recarregável, alimentando um movimento de quartzo. Isso proporciona a precisão de um relógio de quartzo com a energia de um movimento mecânico.
Identificação dos Calibres
Cada marca de relógio geralmente atribui um número ou código específico para identificar seus calibres. Esse número serve como referência para relojoeiros e colecionadores, permitindo identificar rapidamente o tipo de movimento, suas características e especificações.
Por exemplo:
- Rolex Calibre 3135: Um movimento automático robusto e confiável usado em modelos como o Submariner e o Datejust.
- Omega Calibre 8500: Um movimento automático de alta precisão com escapamento Co-Axial, desenvolvido internamente pela Omega.
- Patek Philippe Calibre 240: Um movimento ultrafino com micro-rotor, usado em muitos dos relógios mais sofisticados da marca.
Esses números de calibres são mais do que simples códigos; eles indicam a linhagem e a herança técnica do relógio, e muitas vezes são usados como um ponto de orgulho pelos fabricantes.
Exemplos de Calibres Famosos
Alguns calibres se tornaram lendários na relojoaria devido à sua inovação, precisão e durabilidade. Aqui estão alguns exemplos notáveis:
1. Zenith El Primero
O Zenith El Primero é um dos cronógrafos automáticos mais icônicos do mundo, conhecido por sua alta frequência de 36.000 vibrações por hora (VPH), o que oferece uma precisão excepcional. Lançado em 1969, ele continua sendo um dos calibres mais respeitados até hoje.
2. Rolex Calibre 3135
O Rolex Calibre 3135 é um dos calibres automáticos mais confiáveis e duráveis. Ele é amplamente utilizado em vários modelos de relógios Rolex, incluindo o Submariner e o Datejust. É conhecido por sua robustez e precisão, além de ser equipado com uma espiral Parachrom, resistente a choques e campos magnéticos.
3. Omega Co-Axial 8500
O Omega Co-Axial Calibre 8500 é famoso por seu escapamento Co-Axial, uma inovação que reduz o atrito entre as partes móveis do movimento, melhorando a durabilidade e a precisão. Introduzido no início dos anos 2000, ele redefiniu os padrões para os calibres automáticos modernos.
Conclusão
O Calibre é o componente central que define a qualidade, precisão e funcionalidade de um relógio. Seja um movimento mecânico manual, automático ou de quartzo, o calibre é o que diferencia um relógio comum de uma obra-prima da engenharia. Marcas renomadas como Rolex, Omega e Zenith dedicam anos de pesquisa e desenvolvimento para criar calibres inovadores, capazes de oferecer precisão e durabilidade excepcionais.
Com os devidos cuidados e manutenção, um calibre pode durar décadas, mantendo o relógio funcionando de maneira confiável e precisa por gerações.