Agosto de 2011: R$ 10 milhões em relógios, bolsas, roupas e óculos de origem duvidosa são apreendidos pela Polícia Federal no Porto de Paranaguá, no Paraná. Dezembro de 2012: cinco mil relógios falsificados foram destruídos em Recife. Os acusados enfrentam um processo que pode levá-los a nove anos de prisão. Novembro de 2013: vindos em contêineres da China, 1800 relógios estão embargados no Posto de Suape, em Pernambuco, sob suspeita de falsificação. As investigações seguem em andamento.
Infelizmente, não é incomum ler notícias como estas e, mais corriqueiro ainda, é encontrar peças que passam pelo Fisco e chegam ao mercado. Atualmente as cópias de modelos da relojoaria estão cada vez mais perfeitas. Cada qual vem com a caixa da marca, certificado de autenticidade e até mesmo número de série. Entretanto, existem maneiras de identificar relógios falsos, pequenos detalhes e grandes obviedades que te livram de adquirir uma peça ilegal. Quem enumera é Philippe Widmer, delegado da Federação da Industria Relojoeira Suíça no Brasil. Vamos à lista:
- Verificar o valor do modelo e suspeitar se o relógio estiver muito abaixo deste.
- Analisar marcações na caixa e na pulseira como, por exemplo, excesso de logos e outros símbolos que identificam a grife.
- A garantia tem que vir também na língua do país onde a peça foi comprada. Ou seja, se você comprou um relógio suíço no Brasil, além de inglês e francês, o documento tem que apresentar uma cópia em português.
- Checar o número de série, pois apenas modelos verdadeiros podem ser rastreados pela assistência técnica.
- Conferir se a fonte e o espaçamento entre letras são os mesmos da marca oficial.
- Verificar se o material da pulseira é igual ao de uma peça original.
“A luta contra a falsificação é enorme, principalmente em relação aos sites de vendas pela internet”, explica Widmer. Desta maneira, não confie em sites que não sejam oficialmente revendedores da marca. Philippe ainda revela as medidas que estão sendo tomadas para combater esse tipo de crime: “O Instituto Nacional de Proteção Intelectual e o Conselho Nacional de Combate à Pirataria lançaram, no fim do ano passado, um banco de dados para a identificação das marcas, não apenas de relógios, e seus representantes oficiais aqui no Brasil. Desta maneira, quando uma carga chega ao país, fica mais fácil investigar se a mesma está de acordo com as informações fornecidas.”
Comparação de modelos Montblanc TimeWalker Chronograph Automatic com caixa de aço inox. À esquerda, modelo falso e à direita, modelo original. Apesar de diferenças, consumidores desavisados podem sair prejudicados. Reprodução/Matthias Knecht – Divulgação
Os consumidores não terão acesso à essa lista, que ainda está em construção. Portanto, fique sempre atento e nunca compre relógios de vendedores ambulantes, mesmo aqueles que acompanhem de certificado de autenticidade. Opte sempre por um revendedor oficial – sempre citado nos textos publicados pela WatchTime Brasil – e, é claro, denuncie tão logo se depare com situações de fraude.